O Comitê de Política Monetária do Banco Central inicia nesta terça-feira (28) a reunião que vai definir a nova taxa básica de juros do país. A decisão será anunciada no fim da tarde de quarta-feira (29) e, caso não apresente nenhuma surpresa, a Selic será elevada para 13,25% ao ano.
O patamar um ponto percentual acima da atual taxa é reflexo das pressões inflacionárias e do descontrole dos gastos públicos, conforme ata da última reunião do Copom, em dezembro passado.
Na ocasião, o colegiado era comandado por Roberto Campos Neto, que indicou a elevação dos juros nas próximas duas reuniões até chegar ao patamar de 14,25%, o que está previsto para março.
O primeiro encontro do Copom do ano também marca a estreia de Gabriel Galípolo na liderança do Banco Central. O indicado pelo presidente Lula assumiu a instituição no início de 2025, após dois anos marcados por críticas do petista à instituição.
O colegiado se reúne na esteira da divulgação do Boletim Focus, relatório semanal que compila as previsões do mercado financeiro. Nesta segunda (27), os analistas elevaram a previsão da inflação neste ano para 5,50%, já distante do patamar aceitável de 4,50%, conforme a meta definida pelo governo.
Entre economistas, há preocupações com o elevado patamar da Selic, que desacelera a economia ao encarecer o crédito para a tomada de empréstimos.
Lula e o PT, além de entidades patronais, costumam criticar o aumento da taxa básica de juros.
Na semana passada, após tomar posse, até o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também reclamou da taxa de juros por lá, que está no intervalo de 4,25% a 4,50%. Em um discurso, ele disse que determinaria a redução do índice controlado pelo FED – o Banco Central americano.
A autoridade monetária da maior economia do planeta se reúne nesta quarta fera (29) para definir os rumos dos juros.